EDUCAR CRIANÇAS PARA UMA MOBILIDADE MAIS SEGURA
Por Roberta Torres
Embora a taxa de mortalidade proporcional por acidentes de transporte terrestre (ATT) de crianças e adolescentes em idade escolar (na faixa entre 5 a 14 anos) apresente uma tendência de redução (20,4% em 1996, 16,2% em 2003 e 13,5% em 2013), estes acidentes continuam sendo a primeira causa de morte de crianças e adolescentes nessa faixa etária. Os atropelamentos são amplamente considerados o maior de todos os riscos de saúde enfrentados pelas crianças em todo o mundo. No Brasil, atropelamento é a principal situação determinante dos óbitos de crianças e adolescentes nos ATT, na condição de pedestre ou ciclista.
As crianças agem de maneira imprevisível, como atravessar a rua correndo sem observar o tráfego, por exemplo. Isso não significa que elas devam ser penalizadas ou responsabilizadas por garantir a sua própria segurança no trânsito.
Para a Organization for Economic Co-operation and Development (OECD), a percepção que pedestres e ciclistas, em especial as crianças têm da sua própria segurança, é melhorada através da educação.
A infância é uma fase da vida muito importante e delicada e requer investimentos de suporte social e afetivo. Os cuidados que são oferecidos hoje influenciarão a qualidade de vida das crianças, além de servir para que elas se mirem criando valores e formando suas ideias sobre si próprias e o mundo. Para isso, seria preciso ensinar as crianças a se movimentar com segurança e desenvolver habilidades para um deslocamento mais seguro.
Para a teoria do desenvolvimento infantil, julgamentos perceptivos e respostas motoras só são aprendidos no contexto em que ocorrem ou correlatos a ele. Para Piaget e Vygotsky, aprender é um processo de construção conceitual em que atividades complexas têm como base as atividades mais simples.
A educação básica bem-sucedida suscita o desejo de continuar a aprender.